sábado, 3 de agosto de 2024

Como um barco no oceano longe de qualquer farol

Eu sou boa em muita coisa. Te amar era uma delas. Dia sim, dia não, eu me pergunto porque você não iria querer mais isso. Sua ausência me causou diversos buracos e vazios. Alguns eu tento tampar ou preencher, mas a maioria eu só estou me deixando sentir. Como se fosse um luto (e de certa forma é). Tem hora que me forço a ter raiva de você pra ver se tudo passa mais rápido, como se houvesse uma urgência em me curar, mesmo sabendo que é um processo longo. Tem dia que eu quero fazer tudo que eu não me permitia. Mas a grande maioria dos dias são normais. A vida tem sido boa demais comigo e isso me deixa confusa. Nem sempre eu entendo que preciso comemorar as minhas conquistas estando no meio desse naufrágio. E que bom que a vids tem sido boa, eu não saberia suportar caos em mais uma parte ao mesmo tempo. Eu sou boa em muita coisa e a vida tem me lembrado disso.

sábado, 13 de abril de 2024

ainda te amo

Eu sempre preferi estar aí, estar sozinha mas com você e o fato de agora eu querer ficar aqui causa uma bagunça enorme dentro de mim 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

tudo que nós tem é nós

Hoje esfriou um pouco em uma cidade super quente e a sensação de sentar em lugar quentinho por conta do sol nesse clima frio me lembrou do sul e de "largatear" por lá. De repente eu estava vendo fotos de 2014, da época de Pelotas, das amizades rápidas e sinceras que surgiram e do caminho todo que a gente percorreu até estar onde estamos agora. 
Que sensação de orgulho ver tudo que a gente já passou, ver tanta coragem e tanta coisa que a gente encarou sempre com tanta naturalidade. E fico querendo falar disso com alguém, talvez fazer um post em alguma rede social, mas parece que não faz sentido dividir essa sensação com ninguém, porque é uma vivência minha e não vai sentir pra ninguém além de nós.
Acho que é isso, sinto muito orgulho do nosso caminho e de como a gente é e sempre foi. E cada dia mais 

terça-feira, 4 de abril de 2023

Realizações

Hoje início a jornada dos 27 anos e fiquei um tempo pensando em algumas coisas. A primeira delas é que todas as outras versões da Flávia durante esses 27 estão orgulhosas de onde chegamos. Ano passado foi um ano de experimentar sensações opostas. Quis desistir da química, quis largar o mestrado, quis trabalhar de vendedora, e de repente, me vi trabalhando com química e estando mais feliz que nunca. Pensei em vários títulos pra esse texto e me caiu como luva a palavra realizada, que por mais que se encaixe perfeitamente, me frusta encaixar tudo que eu sinto em uma palavra só. Me sinto desafiada, capaz, feliz, forte, destemida. Todos os dias me vejo mais mulher e mais capaz de tudo que tenho sonhado e idealizado. Parece maluco lembrar que ano passado eu me sentia minúscula e agora tem tudo isso. Todo mundo deveria experimentar sentir isso. Comecei até a criar uma playlist que instiga esse sentimento "radiante" em mim.
Outra coisa que vem a cabeça é uma frase que ouvi certa vez que diz "o que quer que seja, que seja leve". E acho que esse é um desejo para os próximos anos, que sejam leves, como parece ser agora. E que por mais que a vida pese as vezes, possamos ter sempre esse jeito de gostar de viver. Ouvi também a frase "vou mostrando como sou e vou sendo como posso", que me traz a sensação de me sentir completa, de não me criticar tanto mais. Vou sendo como posso ser e com a certeza de que as decisões que eu tomo são as que parecem certas pro meu eu que toma a decisão, com a certeza de que eu tenho aprendido a me respeitar e me ouvir como nunca. Vou sendo como posso, e se eu posso falar, tenho sido alguém maravilhoso demais. Como é bom poder me sentir em casa dentro de mim mesma e amar minha própria companhia. 
Esse texto é mais uma das minhas bagunças, mas dessa vez pra dizer que eu tô amando me sentir essa bagunça que eu sou, e honrando tudo aquilo que a Flávia de 7 anos acreditava ser importante. O brilho nos olhos e o jeito de olhar a vida continua o mesmo. 
Parabéns pra nós 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Diário dos dias sem você

 Dia 1:

Parece que eu tô tentando ocupar 100% do meu tempo para não precisar pensar sobre isso.

Dia 2: 

Mas quando eu paro pra pensar, vejo que você tem razão. Comecei a perceber que eu tô me perdendo no nosso relacionamento e vivendo em função dele, deixando de lado quem eu sou. Sobre querer estar sempre na sua casa, percebi que na verdade eu nem sempre quero, mas como passou a fazer parte de uma parte óbvia, passei a fazer sem me questionar.

Dia 3:

Nesses dais percebi que eu tenho uma necessidade de dividir meu dia com alguém. Na maior parte do tempo é com você, e por evitar te procurar esses dias, pensei em dividir com outra pessoa, como minha mãe ou alguma amiga, e foi assim que percebi essa necessidade. E depois fui ler umas coisas antigas que escrevia, e percebi que tenho essa necessidade desde sempre. Comecei a escrever por necessidade de falar e não saber com quem, então falava com meus textos, com o blog, comigo mesma talvez. Quem sabe isso seja uma coisa boa para recuperar, extravasar minha carência ou não sei como chamar isso, comigo mesma, pra me lembrar que eu dou conta.

Dia 5:

Já não tão mais sem você assim, e acredito que por isso não anotei nada no dia 4. Mas hoje você falou sobre me mudar pra outro lugar. E faz uma hora que meu coração tá inquieto e tô com uma sensação estranha na garganta, como se fosse passar mal. Tudo isso por uma expectativa que criei e agora mudar esses planos me soa estranho demais e me machuca internamente a sugestão de não segui-los ou de adia-los por tanto tempo. Você mexe DEMAIS comigo. Não consigo me focar no que gostaria de estar fazendo, porque todo o meu corpo pensa que eu tô sendo adiada, que estou adiando o nosso compromisso, que você não quer mais, que isso é uma enrolação ou algo assim. E aí lembro que isso precisa servir para que eu possa pensar na nossa relação também, nas partes que eu consigo controlar dela, em mim dentro da relação. Lembrar de não ter pressa e me amar também. 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Terapia

 Oi, faz tempo que não venho aqui. A vida foi ficando confusa demais, cansada demais, difícil demais. Eu comecei a fazer terapia. E ai lembrei de ler que escrever era tipo fazer terapia, e resolvi voltar aqui. Será que se eu tivesse voltado antes eu não estaria fazendo terapia? Acho que não, estava difícil pensar em qualquer coisa, ter força de vontade pra qualquer coisa, até para escrever. Mas fiquei feliz de ter vindo aqui hoje. Hoje está sendo um dia bom. Lembrei que gostava da sensação de viver, que a vida é uma só, que ela é aqui e agora. E eu tô tentando voltar a ser eu, ou pelo menos ser um eu de quem eu goste de ser. Tá sendo um pouco difícil ser eu mesma faz um tempo. Então eu resolvi me reencontrar. E vir aqui foi um reencontro. Ler tantas coisas antigas e lembrar de quem eu era, de quem já fui, ou até mesmo de quem eu sou, mas tá escondido aqui dentro em algum lugar, com medo. Descobri um apego à palavra difícil, já até usei ela várias vezes nesse texto. Não queria que tudo fosse tão difícil e ruim assim, mas tem sido. Mas eu tô me lembrando que pode ser bom. Hoje a psicóloga falou sobre saber aproveitar o caminho, e eu lembrei que eu mesma já escrevi um texto sobre isso. É meio maluco como eu passei a ignorar os meus próprios conselhos. A Flavia de dois anos atrás não se reconhece na Flavia de hoje. Parece tão pouco tempo para mudar tudo que eu mudei. Mas bem devagarzinho a vida vai tomando um rumo, as coisas vão se ajeitando. Na verdade, eu vou dando um rumo para coisas né. É meio maluco também saber que eu tô no controle da minha vida. Nunca pareci saber controlar nada, e tô controlando minha vida inteira. Que doideira tomar consciência das coisas.
Mas uma vez isso é só um monte de palavras jogadas, mas elas fazem sentido dentro de mim. Então desculpa sumir por anos, e depois vir aqui pra falar que eu tava ficando maluca, mas que passei a tentar cuidar de mim. Você sempre cuidou de mim. Quem sabe vir aqui mais vezes me ajuda a cuidar mais da gente né.
Acho que era isso, precisava começar de alguma forma. Então... Oi, faz três anos que não venho aqui. Já tô com 25 anos (comecei isso aqui eu tinha 13 anos). Ouso dizer que muita coisa mudou, mas que muita coisa continua igual também. Foi bom ver você. Vou tentar não sumir. Se cuida.

domingo, 7 de outubro de 2018

Como o acaso é engraçado, né?

Voltando de ônibus eu conheci uma das pessoas mais incríveis da vida. Haroldo dá aula de geografia para o ensino médio e faz um trabalho muito massa de mostrar pras meninas que elas podem ser incríveis. Traz referências de mulheres fodas e tá na luta com elas dia a dia. A gente veio trocando idéia por pelo menos uma hora de viagem. E eu percebi como eu sinto falta de olhar de olho e de conversar. Eu e o Haroldo conversamos sobre política, sobre relações românticas, sobre trabalho, sobre faculdade, sobre depressão, sobre metas, sobre yoga, sobre o Nobel desse ano, sobre violência, sobre medo... Em uma hora dá pra falar muita coisa quando você não olha no celular. E ele disse que tava precisando conversar com alguém, se abrir sobre algumas coisas, ainda mais no dia de hoje, que instiga alguns medos né... E a viagem foi se fazendo leve, pra mim que tive um dia cansativo, uma semana puxada, Haroldo não faz ideia que ele foi mais importante pra mim que eu fui pra ele.
"Vamos viver as coisas enquanto elas acontecem, com a intensidade que elas têm, não precisa ser em um bar, pode ser um banco de ônibus".
Valeu pelos devaneios e por tornar a volta pra casa melhor, gratidão.