terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tanta coisa eu tenho aqui pra te dizer.

(Escute com a música Sei lá - Gabriel, o pensador de fundo.)


Caro futurista,

Nem sei ao certo se existirá um futuro por aqui. Se você estiver lendo isso, preste atenção nas fotos dentro da caixa e olhe para os sorrisos dela. Será que você sabe o que a fez sorrir de verdade? A verdade, é que hoje, eu só tenho 17 anos e um mundo todo para descobrir, e pode ser que eu mesmo pegue essa carta escrita ao vento. A questão é que eu tive a brilhante ideia de dividir meus pensamentos com você, desconhecido. São segredos que eu não posso compartilhar com ninguém, mas que talvez, daqui a 20 anos não faça tanta diferença. Esses pensamentos estão me atordoando. A faca ensanguentada está na minha mão agora. Por que eu a matei?! Os motivos são diversos e inumeráveis. Os ciumes, as brigas, a carência... Mas tudo se explodiu com a criança. Essa história de ter um filho não fez a minha mente. Eu só tenho 17 anos, não posso ser pai. A gente nem tava junto há tanto tempo. Oito meses não é muito tempo, é? Eu até gostava dela. Ela foi a única garota que eu disse que eu amo. Acho que amava ela de verdade. Esse é o real motivo de estar escrevendo essa carta. Eu to arrependido. Ela ia ser a mãe do meu filho. Na hora que ela disse que tinha uma criança ali dentro, ela tava sorrindo. Ela tinha o sorriso mais lindo do mundo. Mas eu não sorri não. Eu pensei no que ia ser da minha banda, do skate... Eu desesperei. Eu peguei essa faca aqui, e cortei a barriga dela. Doeu até em mim naquela hora, mas eu nem pensei no que tava fazendo. Ela não morreu ali não, ela chorava pra mim, e implorava pra eu não fazer isso. Mas eu já tinha começado... Matei-a logo. E agora eu to aqui. Com a mão suja de sangue, sentado na calçada, desabafando com um desconhecido. Cara, eu já pensei até no nome dele acredita? Se fosse homem, ia levar o nome do pai dela, Rafael. Mas se fosse mulher, ia ter o nome da minha mãe, Eduarda. Ele ia ser a cara dela, mas ia ter as qualidades do pai. Não ia virar jogador de futebol nem nada, ia tocar guitarra junto comigo. Olha pra fotos com o mesmo olhar que eu to olhando. Que sorriso mais lindo o dela. Eu matei esse sorriso, cara. Desculpa o papel tá um pouco molhado agora, é que eu não to me aguentando mais. Quer saber?! Eu não quero nem correr o risco de pegar essa carta em algum futuro e olhar para os meus filhos pensando nela com o meu neném. Eu vou agora, é encontrar esse meu anjinho no céu. Não repete esse meu erro não, amigo.







Pauta para 20ª Edição Remetente e 20ª Edição Começo e Fim, do Projeto Créativité.

3 comentários:

A.Horta disse...

AAAAAAAAAAAAAHHHHH QUE FOOODAAA
D:
Sua assassina fodasticamente foda
D:
ficou muuito legal
D:
man, arrepiei D:
okok. Byye Boa sorte ;D

Marcio disse...

Vixeeeeee.... Reeeennn esse foi phoda... Maraviwonderful Fuve... Parabéns...

PS. eu li o texto e depois ouvi a musica pq meu cérebro é limitado e n consegue fazer os 2 ao mesmo tempo, abraços... ehuaehua

ju lorris disse...

caramba, ficou foda :D
confesso que demorei um pouco pra entender kk :x