segunda-feira, 27 de setembro de 2010

John&Jenny - Parte IV



    Parte I      Parte II      Parte III


Dessa vez eu estava em casa, com o cabelo preso em um coque , short jeans rasgado, uma blusa velha com frase do grande ídolo Anitelli. No meu quarto eu escutava Revolution na voz dos Beatles, quando ouço um barulho no chão do quarto, como se algo houvesse caido. Não precisei nem me virar para saber que era você.
 - Saia já daqui. - Disse ainda calma, mas com a voz firme.
Você nem se contestou, ficou em silencio a não ser pelo passos lentos.
 - John, eu não quero você aqui. - Falei, ainda olhando para tela do computador.
 - ....
 - Ainda não ouvi som algum, por favor, vá embora. - Você começava a me irritar.
Olhei com olhos fulminantes, gritando:
 - Você não tem o direito de me seguir até em casa, e invadir minha privacidade quando achar necessário.
Você se preparou para responder, quando ouvimos passos subindo a escada. As pressas você entrou no armário. Batidas fortes vieram junto com a voz da minha mãe, atrás da porta:
 - Jennyfer, está acontecendo algo?
 - Não mãe, é só a música.
Isso me fez esquecer da raiva que eu estava de você.
 - Essa foi por pouco. - Você falou, saindo do armário, e vindo em minha direção
 -Isso significa que está na hora de você ir. - Disse, te empurrando para perto da janela.
 - Jenny, espera. Me escuta. Eu vim aqui para me desculpar.
Por um momento achei que valia a pena ter você ali.
 - ... Eu fui um tremendo idiota, deixando você escapar por outras garotas."Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo."  Você é 'erroneamente'¹ a pessoa certa para mim. Nunca mais saia de perto de mim. Eu preciso tanto de voc...
Era hora de eu tomar alguma atitude. Levei meu dedo indicador sobre teus lábios, e minha mão sobre tua cintura. Foi o segundo de silêncio mais duradouro.
 - Eu ainda não acabei. - Você me olhara sério, meio desconfiado. - Sei que não mereci aquele beijo. Hoje vim aqui para devolve-lo.



Ps: "Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo.", está entre aspas, pois eu li no tumblr do plinio.
Ps¹: 'erroneamente', é uma palavra que não existe, mas acho que deu para entender que eu quis dizer o contrario de certamente. (:
Ps²: gente, eu fiz uma revolução musical na vida dela agora. Ela sempre tocava Legião na praça, estava escutando The Beatles, com uma blusa do Teatro Magico. 

sábado, 25 de setembro de 2010

Sentimento, ninguém sabe o que se passa aqui por dentro

Você tem deixado meu mundo de cabeça para baixo nesses últimos dias. Meu coração já não sabe se para ou acelera, não sei o que dizer ou fazer, as frases tão ensaiadas não saem da mente, eu fico desastrada, meus movimentos me confundem. Todo mundo me diz que isso não é certo, eu não posso me entregar de corpo e alma para você. Você não merece, você não precisa. Mas existe algo dentro de mim que ainda acredita que pode dar certo. "Tem que fazer ele correr atrás de você." Concordo, mas como?! As vezes eu penso que você não vai correr, então eu começo a me importar por medo de perder algo que não tenho

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Um momento perfeito até nos defeitos.

Toda vez que penso em você, começo a sorrir. E o coração até bate mais forte, como se quisesse sorrir também. E é só isso. As pernas não bambeiam, as mãos não suam, não sinto arrepios, não sinto borboletas no estômago. A unica vez que estive perto o bastante de você, meu mundo parou. Por um só segundo, mas parou. E parou no momento perfeito. Seus olhos me olhando como se quisessem falar que me conhecem, meus olhos imóveis fitando você como se pedissem para você me tirar dali. E essa imagem já não sai da minha mente, as vezes até me impede de dormir. Ela já não está sendo o bastante. Eu quero te ver de novo, para fazer tudo que não pude e não consegui naquele instante.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Só um violão e uma canção pra te mostrar.

Tooc! Tooc! Tooc! Eu estava escutando um estranho barulho vindo da janela de meu quarto, não sabia o que era, então achei melhor ir olhar. Puxei a cortina, e uma pequena pedra bateu no vidro da janela: Tooc! Abri a janela, e lá estava você, com seu violão preto, escuro como a noite, tocando minha música preferida: Canção Pra Te Mostrar - Scracho. Seus lindos olhos azuis brilhavam sob a luz da lua, e sua doce voz me seduzia a cada nota. Não tinha mais ninguém em casa, então eu não estava ligando para o quanto barulho fizesse, eu estava amando. Quando você concluiu a ultima nota, desci correndo para seu encontro. Eu não tinha palavras, tudo que consegui dizer foi um breve e baixo: "Obrigada". Você me tomou nos braços e me envolveu no abraço mais gostoso. Seus lábios se aproximaram de meu ouvido, e num leve sussurro você disse que me amava. Você me beijou carinhosamente, e por um só segundo, o mundo parou.
- Melissa, eu quero estar contigo pra tudo, e ser realmente seu par. Você aceita namorar comigo?
Deixei que uma lágrima escorresse por minha bochecha, meus olhos me enganavam, me deixando ver apenas uma figura embaçada de você. Não encontrei maneiras de demonstrar o que eu sentia, muito menos de responder tua pergunta. Então, tudo o que eu pude fazer foi beijá-lo.
- Eu te amo - eu disse, agora já caiam mais lágrimas, e eu não as controlava.
- Eu também te amo, minha flor.




Esse texto é de uma amiga minha, a Any, que pediu para que eu o postasse aqui no blog. É baseado no seguinte trecho da música Canção Pra Te Mostrar - Scracho: "Nem solos de guitarra ou namorado popstar, só um violão e uma canção pra te mostrar, não importa o que aconteça, você vai ser meu par."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eles são opostos como a noite e a .... madrugada.

 - Eu não te ouvi. Me desculpa.
 - Tá tudo bem. Acontece.
 - Não, não tá tudo bem. Sabe o que eu queria fazer?!
 - O que?!
 - Voltar no tempo. Eu mudaria tanta coisa naquela noite.
 - Aé?! Como o que?
 - Ter te ouvido já mudaria minha noite toda.



►Baseado em uma noite real. 

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cinto algo por alguém

Eu larguei tudo para isso, por ele. Deixei familia, amigos e emprego por alguém que eu amava. 1999, o mundo começou pelo menos pra mim. Com 15 anos tive meu primeiro namorado. Ele foi por durante quatro anos a pessoa mais importante pra mim. Nós ficávamos na mesma classe de matemática, estávamos duas horas por dia, lado a lado. Mas isso não foi suficiente, queríamos sempre mais. A relação de professor e aluna foi ganhando outro ritmo e mudando de lado. Saíamos a tarde, até que em um dia, andando no parque, aconteceu algo que eu chamei de inesperado.
 - Tá vendo aquele ursinho ali?! Eu vou ganha-lo para você.
 - Tô vendo só um ursão.
Saímos correndo, entre risos e sorrisos, até a banca de pescaria.
 - Eu quero um ficha, porque você ganhar aquele urso para minha linda.
Eu corei e me senti muito especial. Em poucos minutos ele estava entre nós. Denominamos RaFa, devido aos nossos nomes: Rafaela e Fabrício. Hoje ele está rasgado, abandonado em uma caixa qualquer. Foi naquele dia que demos nosso primeiro beijo e que você quis levar nossa relação a sério:
 - Namora comigo?
A partir do momento que respondi sim àquela pergunta, me senti diferente. E foi assim que tudo começou. O tempo foi se passando rápido demais para nós. No meu aniversário de 17 anos perdi meu pai.  Eu já havia me distanciado bastante de minha família e mesmo assim tudo foi bem difícil. Felizmente eu tinha ele do meu lado. Mal sabia que por pouco tempo.
 - Rá, tenho que voltar para minha cidade nessas férias. Meus fi... sobrinhos me esperam.
Foram os dois mais longos meses de férias. Não saía com amigos, pois já não os tinha, brigava com qualquer um da família o tempo todo, passava longe de qualquer tipo de diversão. Vivi uma profunda depressão. Mas essa época passou, assim como todas as outras, inclusive as boas. Cheguei então, a maioridade. Agora era dona de meu próprio nariz. Podia fazer a qualquer momento qualquer vestibular e sair finalmente daquela casa infernal. Não havia nada que me interessasse naquela cidade, porém não me sentia pronta para cursar algo. Fiz um cursinho antes. Com 19 anos passei no vestibular em engenharia mecatrônica na UFV, em Viçosa, a cidade que ele morava. Achei que era momento certo para irmos mais adiante.
 - Poderíamos morar juntos.
Ele aceitou. Hesitando, mas aceitou.
Passando uma semana de estadia na minha nova morada eu percebi alterações no humor dele, porém tinha certeza que a culpa não era minha.
Certo dia, ouvi gritos vindo da cozinha:
 - Fernanda, cuide dessa sua filha.
 - Não trate ela assim. Não a fiz sozinha, você também é pai dela.
Foi ai que caiu minha ficha. As empregadas não eram realmente empregadas, e sim, família dele. Meu mundo parou naquele instante. 2002, o mundo desabou, apenas para mim. Sei que continuaria o amando mesmo após isso. Mas não sei se merecia acabar com uma família. Sai correndo daquele lugar que eu costumava chamar de casa. Lágrimas se misturavam com o vento, e o choro se misturava com gritos dentro de mim. Encontrei um local abandonado. Ali me alojei pelos últimos vinte minutos mais torturantes de minha vida. Escrevi uma carta a qual entreguei para um andante da rua:

"Querido Fabrício,
Nem sei bem ao certo se ainda posso te chamar assim. Hoje eu descobri toda a verdade, e espero que sejas feliz com Fernanda e suas filhas. Acho que não sou digna de acabar com seu casamento. Lhe agradeço profundamente pelos momentos que passamos, mas sinto que está na minha hora. Adeus!
Da sua eterna, Rafaela." 
Tirei meu cinto e o amarrei peculiarmente na lâmpada prendida no teto, com um laço me prendi pelo pescoço. Em pé sobre um banco, tendia meus últimos segundos. Quando empurrei o banco, o cinto foi se apertando contra meu pescoço, prendendo minha respiração. Foram os momentos mais agonizantes de minha vida, fora ter descoberto tudo. Aquilo me sufocava. Fui morrendo aos poucos. A dor me atingia de maneira horrenda, e eu me sentia merecedora de todo aquele prazer.  Me encontraram dali dois dias, com a cara roxa.



Pauta para Blorkutando. A ideia principal foi da Amanda, que escreve Palavras soltas e me ofereceu ela. Muito obrigada Horta. Me desejem sorte. Ps: o titulo é assim mesmo, foi uma brincadeira com o som, a escrita e o significado das palavras. 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nem tudo é o que o que parece.

Corri até o fim da praça e lá de longe olhei pra trás. Era você, era mesmo você. Dessa vez eu não tinha dúvida nenhuma. Me lembrava perfeitamente de seus cabelos cacheados e dourados, e seus olhos verdes brilhando ao longe, sua pele morena que ainda causava o mesmo efeito de dois anos atrás. Fiquei por longos cinco minutos te olhando, de longe eu me contentava. Percebi que era melhor me esconder, seria uma tragédia se me encontrasse. Fui indo em direção a banca, com muita cautela. Quando estava à alguns passos da banca, o procurei, e você não estava mais lá. Meus olhos percorreram por toda praça, até que me virei para seguir e havia algo na minha frente. Parado, robusto e sorrindo:
 - Procurando algo? - Era você.
Eu corei de vergonha e precisei imediatamente pensar em uma desculpa para sair dali.
 - Ahn... é... oi,
Eu estava imóvel e mal conseguia falar.
 - Vamos nos sentar ali e colocar a conversa em dia. Deve ter acontecido muita coisa nesses últimos anos.
 - Ah, eu não posso, agora tenho curso de francês. A gente marca outro dia.
 - Má cherie, n'ont pas besoin de ça.
 - Merci, mais je ne dis pas les mêmes.
 - Restez ici, s'il vous plaît. Manquant un jour en français ne sera pas de mal à personne. Deux ans ne nous voyons pas. S'il vous plaît, mon amour, séjour.
 Com você falando dessa forma irresistível não havia como dizer não. Ainda mais com você me chamando de seu amor, me fazendo lembrar da época que namorávamos.
 - Tá bom, tá bom. Eu fico, mas só porque...
 - Vamos logo, antes que você mude de ideia.  -  E foi me puxando pelo braço
Sentamos em um banco qualquer e ficamos falando sobre a vida. Dois anos realmente é muito tempo. Você havia arrumado um emprego enquanto eu fugia dos meus, você se formou em medicina e eu em direito. Talvez esse foi o motivo de termos nos separado, nossa incrível diferença.
Entre gostosas risadas e um silencio terrível, a tarde foi passando. Estávamos calados, com sorrisos exuberantes e bobos no rosto. Você colocou a sua mão sobre a minha.
 - Eu senti sua falta. - Falou como se lesse meu pensamento.
Eu corei de vergonha por dentro e fora.
Como se se lembrasse de algo, olhou correndo no relógio:
 - Já são seis horas. Eu tenho que ir. Vou sair com a...
 -  EU NÃO ACREDITO QUE TENS CORAGEM DE SAIR COM OUTRA GAROTA. ME FEZ FALTAR NO CURSO, PARA SAIR. COMO PÔDE ME ILUDIR TANTO. E EU QUASE VOLTEI A ACREDITAR QUE VOCÊ ERA O CARA POR QUEM ME APAIXONEI.  - Dizia aos berros e quase em prantos, enquanto você ria. Acho que não estava me levando a sério. - IDIOTA!
 Eu tinha vontade de sair dali as pressas, mas minhas pernas não se moviam. Você foi mais rápido que eu, me puxou para perto de você e me envolveu em um beijo, exatamente como de dois anos atrás. Eu adorei aquilo, mas nunca iria lhe contar. Senti um arrepio quando você passou suas mãos na minha cintura. E quando aquilo finalmente acabou, eu senti uma vontade tremenda de te dar um tapa na cara, mas apenas continuei a gritar:
 - PENSA QUE É SÓ ME DAR UM BEIJO QUE TUDO FICA BEM ?!
 Você levou o dedo indicador aos meus lábios.
 - Acalme-se, eu vou sair com minha prima.
Eu fiquei como uma grande cara de idiota, e pedi desculpas mil vezes, enquanto você ria muito de mim:
 - Foi até fofo, sua ciumenta.
Nós fomos embora junto. Eu segurei em sua mão.
 - Também senti sua falta. Muita.







Era pauta para Bloínques. Mas não deu tempo. Então é só um texto...

E as estrelas moço, o que faço com as estrelas?

- Tá vendo aquela Lua ali que brilha no céu? Eu peguei pra você, e deixei nos teus sonhos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu fiz de tudo pra tentar dar certo, mas eu não sei se o meu tudo é certo,

Quando finalmente coloquei meus pés para fora do ônibus, tive a sensação de estar em outro mundo. Primeiro pensamento: Quão grande é. Primeira lembrança: acho que vou me perder assim como a minha irmã. Andando atoa por ai , para literalmente conhecer. Passando em psicoterapia e relembrando a neura que estou com o poder dos sonhos, indo em química e queimando a mão com gelo seco, passando em física para ser reconhecida como mineira. Com sorriso no rosto e o pensamento longe, andava calma pelo shopping a espera de algum sinal teu. Mas acho que é como você disse: tem que ser sem combinar. Ultimo pensamento do dia: e para tudo ser perfeito só faltou você.


Isso não um texto nem nada do tipo, mas é que eu precisava colocar em algum lugar. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto, é a realidade.

Eu estava com minha familia, sorrindo, cantando, quando tirei a carteira do bolso, para pegar algo que nem me lembro ao certo. Estávamos todos muito eufóricos, e não sei se devido a isso, ou à uma peça de meu inconsistente eu deixei a carteira cair, você pegou e entregou em minhas mãos dizendo:
- Moça, eu acho que é sua.
E te reconheci na hora, talvez de meus sonhos, não sei bem ao certo.
Junto com a carteira, você entregou uma foto sua, assinado atrás: Te amo, princesa. Do seu príncipe.
Eu senti que precisava te abraçar, e fazer como nos combinávamos. Mas eu não pude.
E assim foi o nosso primeiro encontro. Não foi nada parecido com o que imaginei. Você não tapou meus olhos e perguntou se eu queria conhecer o homem dos meus sonhos, eu não segurei em sua mão, e pedi para levar ao lugar mais lindo de todos, e não demos aquele primeiro beijo tão esperado.
Mas foi tudo tão lindo, o seu perfume, o toque de leve nas mãos, a sua voz, o seu rosto.
E foi ai que tudo ficou preto, e aos poucos ia clareando, até eu me notar, deitada no quarto.
Tudo um sonho, de novo.
E por favor, aparece assim mais vezes.



- Baseado em um sonho sonhado acordado, com o homem dos meu sonhos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um dia como outro qualquer.

- Por que você nunca se lembra do nosso aniversário de casamento ?


- Porque é só mais um dia, como os outros. E o que é um dia comparado a estar todos os dias casado com você.

Segundo selo

Gente, na verdade, esse selo veio junto com o outro, porém eu fui muito devagar para perceber que ganhei ele também. Achei que era meio impossível eu ganhar dois de imediato.
Mas uma vez, obrigada Aline!
*-*

Selo: este blog é um charme/ Regra: indicar a doze blogs.
Vamos as indicações:

11. Stoupy



Agora sim!

Um amor incerto.

Eu fui atrás do que eu queria, e a chuva não iria me impedir. Fui correndo para a casa dele, o lugar que me pareceu mais obvio para procurá-lo. Cheguei lá e ele estava de mala pronta.
 - Marcio, pra onde você vai?
 - Vou me mudar.
Eu não consegui dizer nenhuma das palavras planejadas no caminho. Só consegui derramar mais lágrimas. Ele me deu um abraço.
 - Vai ficar tudo bem. Olha pra mim e promete que vai ficar tudo bem. - disse ele ao ver meus olhos vermelhos.
Tudo que eu sentia era uma vontade enorme de implorar que ele não fosse. Eu precisava dele por perto, ele não sabia, mas ele era meu alicerce, era ele quem me sustentava em pé quando eu não descobria audácia para tanto. Eu o via com olhos diferentes que ele me via.Eu o via como alguém que poderia envelhecer ao meu lado, ele me via como alguém que apareceria, às vezes, para relembrar a juventude.Nós nos gostávamos. Eu muito mais do que ele e de maneira mais visível. Mas ambos sabíamos que não demoraria muito para cada um seguir sua vida. Eu pensava que não veria mais aquele sorriso, que não teria mais aquele abraço. Pois ali, naquele momento, despedia-me de tudo, contra minha vontade. Não disse adeus, não disse mais nenhuma palavra. Olhava para ele, que também mal se expressa. Aturdido, não entendia porque eu chorava, afinal continuaríamos nos falando. Ele continuava falando, tentando encontrar uma maneira de fazer-me responder, reagir. Mas nada ele falasse me faria reagir. Eram apenas sinais com a cabeça, ora positivos, ora negativos ou indiferentes. 
 - Esta sendo infantil. - Disse ele por repetidas vezes.  
E viu aqueles olhos marejados e aqueles traços que ele jamais prestara tanta atenção como naquele momento, perpetuarem em sua memória. Sentiu um nó na garganta, me abraçou erguendo a alguns centímetros do chão. Eu não estava sendo infantil. Eu o amava e ele nunca soube perceber isso, mas também eu nunca havia dito com todas as três palavras. Mas ele sabia, ele sentiu naquele abraço, naqueles olhos. Então o abraço se desfez e ele me beijou. Eu permaneci calada, mesmo após o beijo. Pensava que aquele beijo fora um forma de fazer-me reagir. Despedidas são difíceis. Ele se mostrava cada vez mais confuso, então eu disse quase como um sussurro: 
 - Vou indo, boa sorte. Me liga se lembrar. 
Então ele me segurou e naquele momento, percebeu o quanto sentiria minha falta. Era tarde. Era tarde para ele descobrir o quanto gostava de mim, o quanto precisava de mim. Ele nunca havia percebido, pois eu nunca deixei de estar ao seu lado. Ele retirou do seu pescoço uma fina corrente de prata e me deu. Eu disse que não queria, só as lembranças bastavam. Ele insistiu e a colocou em duas voltas no meu pulso. Então num súbito desejo de acabar logo com aquilo, afastei-me e sorri pra ele, um sorriso tristemente bonito. Marcio agora estava sério, olhando para mim arrependendo-se do tempo que perdera, mas agora era tarde. Ele forçou um sorriso que não era nada parecido com o dele. Aquele sorriso largo, alegre, encantador pelo qual me apaixonara. Eu me afastava, com passos lentos, olhando para a corrente no meu pulso, como se esperasse que ele a alcançasse, mas sabia que ele não podia, mesmo que quisesse. Ele permaneceu ali, parado, esperando a hora de partir.Pessoas ao redor viam aquela cena e pensavam que era só mais um casal de namorados que se despediam, não sabiam nada da vida e viam novela demais. Mas não viam que ali parado estava alguém que acabara de descobrir que amava alguém mais do que a si mesmo e me viu desaparecer por entre passagens e pessoas apressadas. A descoberta viera tarde demais. Talvez voltássemos a nos encontrar ou talvez não. Estávamos nas mãos sórdidas do destino, já que quando esteve em nossas mãos não soubemos cultivar.




Pauta para Sílaba Tônica. Esse é mais um trecho de um texto antigo meu. O nome é amor incerto, esse é o último capitulo do "livro" e achei que deu bem certo para o tema: Imagem com frase - 10ª edição. Algum dia eu ainda posto o texto todo. Tem outro post, em relação a este texto, mas é "novo". Ah, sei lá, nada a declarar. Me desejem sorte. 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Tal qual um beija flor que não voa.

Um dia normal para todos, somente indiferente para Bianca. Uma semana após seu aniversário de quatorze anos, e inclusive a morte de seu pai., sua aparente melhor amiga se cansado da vida fútil de Bianca,e abandonou-a em seu pior momento. Apesar do pouco tempo de vida, ela já havia vivido o suficiente para pensar em suicido. E entrando na viciante internet, ela procura no Google por maneiras de se matar. E encontra um conjunto de suicidas, um grupo de pessoas que combinavam de se matar pela internet., e resolveu conhecer um pouco do ciclo, entrando no grupo. Pessoas desvalorizadas na vida, desconhecidas na sociedade, compartilhavam a dor de não querer continuar por aqui. Eles planejam, organizam tudo, desde o horário, o lugar  e a forma. O grupo tinha por volta de 100 pessoas de vários lugares do mundo, - apesar que a maioria era do Japão - iam se matar no próximo sábado,  as duas horas, pulando de um prédio. Esse era o fim que Bianca pretendia para si mesma. Quarta-feira ela não acordou. Pelo menos era o que ela queria. Ela não acordou a tempo de ir na escola, porém acordou. Foi logo para internet, falar com ' ANONIMUS' - nome dado ao grupo de suicidas, pois é claro que lá, ninguém se identificava. Havia uma pessoa OnLine cujo codinome era Beija Flor. Essa era a música preferida de Clara, sua velha amiga. A cada dia que passava, Bianca colocava em sua mente que Beija-flor era Clara, os gostos, as manias, os estilos, mas foi na sexta-feira, as 13 horas e 45 minutos, quando Bianca perguntou porque ela se mataria:
Beija-flor: Minha vida tá um caos. Meus pais estão se separando, o que tenho na escola nem pode ser chamado de nota, briguei com uma pessoa muito importante, porque ela perdeu o pai, e eu não aguentava vê-la sofrendo.
Foi com essa fala que Bianca teve certeza, era mesmo Clara. Trechos da vida das duas, passaram em sua mente, Bianca agora, havia desistido de continuar no grupo, mas não podia deixar Beija-flor cometer uma loucura, e tentou convencê-la de todas as formas, - mas sem se identificar - a parar com essa "brincadeira". Clara não desistiria. Não mais! Bianca também não entregaria a vida da amiga assim tão fácil, após uma noite de insônia pensando em mil maneiras de salvar cem vidas, ela chegou à uma conclusão.
Sábado, 1hora e 30 minutos, Bianca estava de frente ao prédio Julinux, onde ficava o tribunal de justiça que os pais de Clara haviam se separado. Bianca tinha na mão uma câmera, e na mente, o mundo todo. Ela subiu o prédio até chegar na cobertura, e se deparar com Clara. Bianca ligou a câmera que se conectava a cem computadores neste instante e começou dizendo:
 - Beija-flor, tu não pode deixar para trás suas flores, porque têm pouco mel. Não abandones esta vida, pois ela não é como desejas. Sabe, uma certa vez, uma garotinha de mais ou menos cinco anos me disse uma coisa muito bela, quando o mundo se mostrou contra mim: " Se tens um amigo, não precisa de mais nada, tem o mundo em suas mãos. Eu estou aqui, e sou sua amiga." Aonde está essa garotinha, Clara?! Eu sei, que em algum lugar dentro de ti, ela ainda vive, só basta você libertá-la. - Disse apontando para o coração.
Clara lhe deu um abraço, e chorando, olhou para a câmera e disse:
 - Não é só eu e ela. Estamos juntos com todos vocês. Entramos nessa pela influência um do outro, e vamos sair juntos. Um por todos e todos por um.
Bianca era agora a heroína de si, e de mais algumas cem pessoas, incluindo Clara. As duas amigas desligaram a câmera e desceram de lá abraçadas. Foi quando Bianca olhou para o relógio que marcava 13 horas e 45 minutos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Primeiro selo

Ganhei um selo da linda Aline que escreve Little red lips.




Selo: Blog de ouro; Regra: indicar a dez blogs 



Indico para: 



Hoje eu acordei num pesadelo.




Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquilagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a unica pessoa que pode realmente me fazer feliz. 


Tati Bernardi 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Separô, o que restava do que já não tinha.


Ela caminhava a beira da praia, o sal temperava as feridas dos pés, mas ela sentia dor, estava extasiada, podia dizer-se feliz, o sol incidia diretamente à sua face, como que para propositalmente queimar todo o resto de verdade que insistia em manter em sua vida. Resolveu correr, pois gostava de sentir seus dreads balançarem com o vento - afinal essa foi a unica mudança de que não se arrependeu, os belos cabelos, só que isso agora não era mais tão importante, já que perdera tudo, na verdade nunca foi - e consequentemente se molhou, a água lavou-lhe o sangue que escorria. Como uma átimo o mundo silenciou, ela caiu, havia perdido suas forças. O silencio permaneceu, ela havia adormecido.
Não queria acordar, no entanto a maré fria, devido ao anoitecer, a despertou. O frio se apresentou imediatamente, ela olhou ao redor e observou o deserto urbano carioca. Não havia carros ou pessoas, a luz do poste se confundia com a da lua cheia. Somente ela e a infinidade marítima. Já não estava mais feliz, os machucados doíam, não conseguia caminhar. Entre as vinte horas que esteve foragida, este foi o primeiro momento que sentiu saudade, da companhia, do plural, do calor e do cuidado - ela desejou tanto naquele instante - que a ambos faltava naquela noite.
Ela, que sempre quis ter uma curta existência, ao modo de Vinicius, e de seu maior ídolo: Cazuza. E ele, repleto de sonhos planejados para a velhice. Os planos se inverteram na realidade, ele se foi, teve uma pequena passagem, e ela teria que viver até os últimos anos, até a velhice. Ela só conseguia ouvir o tiro disparado, o grito de Fernando que ecoava por todos os cantos: "Manuela".
Ela o procurava, buscava sua voz, buscava salva-lo. Ele que a alertava todos os dias foi a primeira vitima daquele vicio. A droga a estava matando aos poucos, entretanto matou-o instantaneamente, rápido, bastou um segundo: eles corriam, ele estava com o motivo que o levaram até ali, a substancia que os acalmaria dali a um quarteirão. Todavia, ela caiu, os donos da cocaína vinham logo atrás. Fernando parou e se virou. Voltaria? É claro, se não fosse a bala que lhe ultrapassou a testa. Manu se escondeu até chegar à praia.
Se iniciou em uma mentira, de leve, um trabalho na escola, foi o que ambos afirmaram a mãe. Talvez, se o tivesse escutado, ou ao menos deixado permanecer em casa, afinal de contas, ele era seu irmão mais novo; ela é quem deveria ser o exemplo. Talvez, deste modo, ela não teria falhado novamente e a mentira não seria agora uma lembrança tão amarga. Contudo, não obstante, Fe e Manu, sempre se acostumaram a ter tudo e por isso lhes foi tirado tudo.
Manuela não suportaria voltar à vida, realmente não pretendia chegar à velhice. Chorou, na verdade ela nunca foi uma boa pessoa, sua mentira a levou a loucura, ela só queria poupar o mundo. Sorriu, duas lagrimas adoçaram seus lábios, se arrastou ao mar, o mundo silenciou novamente, e como era terno este silencio, perpetuo.
No noticiário do dia seguinte o caos. A culpa sobrecai aos traficantes, mataram dois jovens ricos, bala perdida? Sequestro? Fernando recebeu um belo enterro, se é que isso pode ser uma vantagem, Manuela nunca foi encontrada.


Texto criado por Giselle Duarte Maia, minha irmã.


Pauta para o blorkutando. Não sei bem se ficou dentro do tema, pois não foquei na mentira, mas na sua consequência. Explicando o titulo: o que restava, eram o últimos dias dela, a vida., e o que não tinha era a vida dele.(Criatividade da Any). 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O que vai ficar na fotografia, sãos os laços invisíveis que havia

- Você é muito melosa.
- Sou mesmo, enquanto ainda tenho você aqui para ser melosa, abraçar e beijar e dizer que te amo. Pior seria se só te dissesse isso no teu enterro.
Você me deu um abraço sem jeito :
- Ah, larga disso. - Com um sorriso bobo no rosto.