quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

E põe coragem!


There and back again.

Oi, err.. Nossa, quanto tempo! Nem sei bem o que dizer. Vou começar só com oi mesmo. Ah, eu tive que voltar... deu, como é que dizem? Saudade né?! Isso mesmo, deu saudade. Acho que mudou tanta coisa nesse tempo que eu estive, - não longe porque sempre estou por aqui - mas ausente de palavras que até me confundo na parte em que paramos. Alguns dizem até que eu fiquei mais... leve, sabe? Não de peso, mas de pensamentos. Agora eu falo tanto, agora ou eu me solto ou guardo tudo pra mim. Mas eu só acho que eu fico cada dia mais pesada. Vem cá, mais perto. Preciso te contar um segredo, chega aqui. Antes eu vinha tanto aqui pois tinha uma necessidade gritante de colocar todos esses pensamentos pra fora e, nunca fui boa em falar deles com ninguém, então eu chegava e espalhava palavras loucas pra todos os lados com você, expunha tudo que tava aqui dentro, só pra não enlouquecer de vez. E nesse tempo todo que eu estive fora desse meu espaço de conforto, eu passei a guardar bobaginhas dentro dessa capsula fraca, que um dia eu cheguei a achar que tudo fosse explodir. Ao invés de soltar o verbo, minha alma foi ficando cada dia mais pesada. Sabe aquela alma tão cheia, que fica até difícil de carregar? Cê me entende?! E depois de remoer tanta coisa aqui dentro eu pensei em vir aqui. Mas tudo que tentava sair, era muito melancólico, muito... triste. E não queria voltar chorando e pedindo colo, como se fosse a mesma criança - que eu sei que sou, mas procuro esconder -. Mas eu tava me sufocando com essas coisas nunca ditas, que eu criei coragem e juro, me esforcei ao máximo pra te mostrar que eu cresci. Mas nossa, toda essa história de caminhar sozinha, de crescer... É tudo tão chato, tão ruim. Mas eu não vim aqui pra falar disso hoje não. Do que eu vim falar? Poxa, nem eu sei. Acho que eu só precisava conversar, me entende? Expor, explicar, contactar de novo. Já faz tempo né? Até virou o ano! Ah, essa é uma ótima história. Esse ano começou bagunçando toda minha vida, de cima pra baixo, por todos os lados. Tava morrendo de vontade de te contar tudo, tudo que eu guardei aqui, nessa caixinha de ossos. Mas agora até passou sabe? Igual criança quando cai... Foi só um pulo. Um pulo de bungee jumping talvez, mas foi só um pulo. E de repente, tanta coisa aconteceu e eu nem vi. Deixei passar. Pensar que esse tem que ser o ano da minha vida, a virada de tudo... E tudo que eu queria na verdade, é que 2012 nunca acabasse. Quem dera fosse tão simples né? Só de imaginar tudo que vai mudar, tanta gente que vai embora, tanta coisa que fica pra trás e obriga a gente a ir pra frente. Mas dizem que é só assim que a gente percebe a grandiosidade das pessoas na nossa vida, quando a gente tem que deixar elas irem embora, quando toda essa história de não tê-las por perto deixa a gente... desesperado. Ai, eu te avisei, é tanta coisa pra pensar, que eu não consigo guardar tudo sozinha. Por isso eu vim aqui. Até esqueci de perguntar... tá tudo bem com você? É, você sempre diz pra não me preocupar com você... que não to nem preocupando comigo mais. Vim aqui também, pra te contar uma coisa triste. Acho que você já sabe né? Vai ser bem mais complicado pra nós esse ano. Pois é, mais difícil que o final do ano passado, pode acreditar. Mas eu já entendi que eu preciso disso, de conversar um pouco. Tô começando a me entender, tá vendo. Tô começando a aprender a filtrar as coisas boas pra dentro de mim, pra conseguir passar só o bom que eu já vi até hoje. Ah... O telefone tocou aqui agora.. Já é minha hora, tenho que ir. Cê me desculpa? Tô tão mal por ter te deixado por tanto tempo. Volto mais vezes sim, pode deixar. Não, tenho mesmo que ir agora, nem dá tempo pra um café. E falando em café... Tô aprendendo a gostar dele agora. Essas coisas que a vida ensina né. O gosto amargo fica na boca por muito tempo, mas eu to achando isso é bom viu?! É, a gente muda com o tempo. Tchau, até a próxima. Tá, eu prometo, de dedinho, que não demora.