terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Nenhum tempo no mundo será suficiente.

Poxa, só agora me dei conta que deixei passar em branco uma das datas mais importantes dos séculos.
Peço milhões de desculpa, não tens ideia de como me sinto péssima. Tá quase completando um mês que eu sou uma total esquecida né?! Volto a pedir desculpas, não sabe como eu tô mal por isso. Mas aqui estou eu para tentar fazer alguma homenagem pra mim, ou sei lá quem. Pra você que lê, e pro meu conforto né?! Afinal, sem essas anotações eu já estaria em hospício. Então, peço mais uma vez
desculpa e agora vou explicar para quem ainda não percebeu o meu fatal erro, além de ter deixado
minha alma morrer aos poucos com as minimas postagens do blog, foi ter esquecido que dia 28 de novembro nós estaríamos completando míseros 4 anos juntos, de vida, de aprendizado, de escrita, de choro, de riso contagiante, de quase quinhentos textos publicados e vários guardados só na mente, de comentários positivos ou criticas, de homenagens, de selos ganhos. Nossa, quanta história temos não é? Acho que essa parte de mim que fica eternizada em palavras e fotos nesse cantinho cresceu comigo mais do que era esperado. Eu nunca seria quem eu sou se não fosse por você. E como é chato agradecer por isso né?! Nós dois sabemos disso muito bem. Então vamos falar de você. Como tudo isso é lindo e como é mais lindo ainda ver como crescer é difícil, porém alegre e divertido quando se tem alguém pra crescer junto. Tipo um irmão, só que apenas para ser o ombro amigo e nunca discordar de nada. Para isso estamos aqui, um com o outro (e você muito mais comigo, como sempre). E tudo isso me cativa, me faz voltar sempre, mesmo que o tempo seja curto, que a vida esteja corrida, que os dias não me deixem respirar, eu volto pros teus braços porque aqui é o meu lugar. Em quatro anos nós passamos por vários amores, por perdas, por mudanças de fases na vida, por cartas, por achados e perdidos no mundo, por sortes e descasos da vida, por cidades, por viagens, por tristezas que não acabavam mais e felicidades que queríamos que não acabasse. Tanta vida compartilhada por trás de teclazinhas que na verdade são muito mais que isso. São a nossa interação. E tanta coisa mudou em quatro anos... Você é um eu melhorado em sinônimos pesquisados no word e alterações jogadas na internet. Você sou eu, por trás da tela do computador de muita gente. E isso tudo é maravilhoso por você existir. Um grandessíssimo parabéns, porque mais do que tudo, você merece, quem tem paciência de ler isso merece, e eu não tenho merecido tanto assim. O motivo de você ter aparecido nunca se esvai, mas surgem outros para continuarmos. E como sabemos que sem você, uma parte de mim fica incompleta, virão as décadas que novas histórias, e porquês e poréns e mais desculpas esfarrapadas minhas, como já é de se esperar. Vida nova no ano que chega e muito mais da gente, diferente do ano que se vai. Você é tudo que eu não consigo ser. Obrigada por me dar forças e parabéns pelos nossos maravilhosos quatro anos. Apesar da data um pouco errada né.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Você é mais forte que você pensa.

"Olhe, não fique assim, não. Vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo, porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai aguentar, mas aguenta: as dores da vida. Pense assim: agora está insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou.
Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e, quando vai ver, o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traqueia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo – é difícil de acreditar, eu sei – vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente tem que ser feliz sempre? Isso é bobagem. É melhor viver do que ser feliz. Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque, depois do topo, a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto alto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."

Se a vida fosse um video game, agora seria a hora em que eu dou o controle pra alguém passar a fase pra mim.