- Procurando algo? - Era você.
Eu corei de vergonha e precisei imediatamente pensar em uma desculpa para sair dali.
- Ahn... é... oi,
Eu estava imóvel e mal conseguia falar.
- Vamos nos sentar ali e colocar a conversa em dia. Deve ter acontecido muita coisa nesses últimos anos.
- Ah, eu não posso, agora tenho curso de francês. A gente marca outro dia.
- Má cherie, n'ont pas besoin de ça.
- Merci, mais je ne dis pas les mêmes.
- Restez ici, s'il vous plaît. Manquant un jour en français ne sera pas de mal à personne. Deux ans ne nous voyons pas. S'il vous plaît, mon amour, séjour.
Com você falando dessa forma irresistível não havia como dizer não. Ainda mais com você me chamando de seu amor, me fazendo lembrar da época que namorávamos.
- Tá bom, tá bom. Eu fico, mas só porque...
- Vamos logo, antes que você mude de ideia. - E foi me puxando pelo braço
Sentamos em um banco qualquer e ficamos falando sobre a vida. Dois anos realmente é muito tempo. Você havia arrumado um emprego enquanto eu fugia dos meus, você se formou em medicina e eu em direito. Talvez esse foi o motivo de termos nos separado, nossa incrível diferença.
Entre gostosas risadas e um silencio terrível, a tarde foi passando. Estávamos calados, com sorrisos exuberantes e bobos no rosto. Você colocou a sua mão sobre a minha.
- Eu senti sua falta. - Falou como se lesse meu pensamento.
Eu corei de vergonha por dentro e fora.
Como se se lembrasse de algo, olhou correndo no relógio:
- Já são seis horas. Eu tenho que ir. Vou sair com a...
- EU NÃO ACREDITO QUE TENS CORAGEM DE SAIR COM OUTRA GAROTA. ME FEZ FALTAR NO CURSO, PARA SAIR. COMO PÔDE ME ILUDIR TANTO. E EU QUASE VOLTEI A ACREDITAR QUE VOCÊ ERA O CARA POR QUEM ME APAIXONEI. - Dizia aos berros e quase em prantos, enquanto você ria. Acho que não estava me levando a sério. - IDIOTA!
Eu tinha vontade de sair dali as pressas, mas minhas pernas não se moviam. Você foi mais rápido que eu, me puxou para perto de você e me envolveu em um beijo, exatamente como de dois anos atrás. Eu adorei aquilo, mas nunca iria lhe contar. Senti um arrepio quando você passou suas mãos na minha cintura. E quando aquilo finalmente acabou, eu senti uma vontade tremenda de te dar um tapa na cara, mas apenas continuei a gritar:
- PENSA QUE É SÓ ME DAR UM BEIJO QUE TUDO FICA BEM ?!
Você levou o dedo indicador aos meus lábios.
- Acalme-se, eu vou sair com minha prima.
Eu fiquei como uma grande cara de idiota, e pedi desculpas mil vezes, enquanto você ria muito de mim:
- Foi até fofo, sua ciumenta.
Nós fomos embora junto. Eu segurei em sua mão.
- Também senti sua falta. Muita.
Era pauta para Bloínques. Mas não deu tempo. Então é só um texto...
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