quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Noite passada exagerei.

Abri meus olhos e espiei em volta. Onde eu estava? O que eu estava fazendo ali? Como eu fui parar ali?Aquele lugar, me era familiar, mas ele estava... pode-se dizer, diferente. "Pense, Luiza. O que houve ontem a noite?". Aos poucos, fui me lembrando. Festa. Amigos. Bebida. Celular. Gritos. Carro. Risos. Briga. Choro. Parque. Era apenas isso que eu me lembrava. Flash's vinham em minha mente, trazendo uma ou outra coisa. Eu fui em uma festa com amigos, que para falar a verdade, nem me lembro de quem era. Meus amigos fazem o tipo festeiro, que entornam um litro de vodka e não estão nem ligando. Eu resolvi entrar na onda deles. Era a primeira que eu experimentava bebida, e já me sentia meio mal, com dor de cabeça. Mas foi só começar a dançar que tudo passou. Era como se tivesse bagunçado tudo na minha cabeça. Lembro-me de pegar o celular no fim da festa, e ligar pra um recém ex-namorado. Nós namoramos por quase três anos, e dias antes dessa festa, nós brigamos e tudo tinha acabado. Acho que ele foi uma forte influência para eu ter bebido. Eu peguei o celular, e apesar de não estar em sã consciência, eu sabia o número dele de cor, e liguei, sem nem saber o que iria falar. Eu soltei tudo que precisava de falar. Eu disse que sentia a falta de dele, e mesmo não estando totalmente racional, disse apenas verdades. Acho que eu cheguei a chamá-lo para me levar pra casa, sem nem pensar que eram quatro horas da madrugada, e ele podia estar fazendo coisas melhores como dormir. Desliguei o celular. Não, desliguei não. Eu o joguei no chão, e ele se estraçalhou em pedaços, porque era assim que meu coração se sentia, e quanto mais bagunça o bêbado faz, mais atenção ele chama. E que bêbado não gosta de uma atenção, né? Tudo mundo comemorou, gritou, e bebeu mais. Passou um tempo e meu ex namorado chegou de carro:
 - Sobe aí Luiza, eu vou te levar para casa.
Vi aquele rosto macio e branco, seus olhos verdes que sempre me enfeitiçaram. Era impossível dizer não. Ainda mais em minhas condições. Eu subi na caminhonete preta, sem hesitar e sem dizer nada.
 - Você esta horrível. - Ele ria.
Eu ri também. Nós conversamos pouco.
 - Você vai assim para casa? Seus pais vão te dar uma palestra. Não quer que eu te pague um hotel, e você diz que dormiu na casa de uma amiga?
O jeito doce que ele tem comigo, me acordou daquele transe, em um de repente. E eu já havia me esquecido o porque havíamos terminado
 - Não Lucas, não precisa disso. Eu estou em perfeitas condições.
E foi assim que a briga começou. Ele se preocupa demais comigo. Era esse o motivo do fim.
 - Eu não devia ter te ligado. Maldição. - Quase não acreditei que disse isso em voz alta. - Podia voltar sozinha para casa. Eu não preciso de você.
 - É, como você já disse, foram três anos desperdiçados. E se você não precisa de mim, pode ir para casa sozinha, saía já desse carro.
Ele abriu a porta para mim, e quase me empurrou de lá. Eu sai do carro, e fui andando, em nem sei qual direção. O tempo estava ruim. Acho que estava chovendo, ou eram minhas lágrimas. O sono foi chegando sobre mim. Encontrei um parque quase abandonado, e por ali fiquei. Deitei em baixo de algumas arvores, e para falar a verdade, não estava nem ligando. E foi assim que eu acordei. Com uma calça jeans amarrotada, uma blusa básica, e um sobretudo que já foi branco, mas que estava quase marrom, sapatos de salto quebrados, ao meu lado, maquilagem toda borrada, e com folhas por todos os lados. Comecei a andar por aquele local, e por incrível que parecesse eu o reconhecia. Flash's de memórias antigas, invadiram minha mente. Foi naquele lugar, que alguns anos atrás, nós nos conhecemos. Aquele parque, aquela ponte, e até o clima de chuva... Como eu não pude perceber? Levantei, meio tonta, e fui em frente a procura de algo. Tudo que eu encontrei foram lembranças. Onde demos nosso primeiro oi, nosso primeiro beijo... Mas estava tudo tão diferente, tão estranho. Acho que era porque eu estava sozinha. Sempre que vim aqui, estive com ele. "Quando eu não estou com você, é como se eu não estivesse comigo." Pensei. Você fez uma falta doída agora. Eu estava desnorteada, e sem pra onde ir, e tudo que eu tinha era motivos para me lembrar do que eu menos queria. De repente, um sussurro pairou sobre minha orelha: "Eu sabia que você estaria aqui." Achei que fosse coisa da minha mente, mas ele estava lá.
 - Seu inconsciente te levou para o lugar que mas te faz bem.
 Eu não sabia o que fazer. Eu estava horrível, meu coração precisava dele, mas meu orgulho queria impedir isso.
 - Isso não me faz bem. - Tentei evitar qualquer olhar para ele.
Ele segurou em minha bochecha:
 - Quer dizer, que se lembrar de mim, é ruim, Luiza?
Ele sabia que não, sabia da minha resposta e sabia que eu não teria coragem de dizer.
 - Você se lembra, que foi aqui nessa ponte que eu te pedi em namoro? Eu me sinto péssimo desde quando terminamos. Quando você me ligou ontem, uma chama de esperança acendeu em mim. Mas como sempre, nós brigamos. Eu sinto sua falta. Eu quero ter você de volta. Me perdoa, Luiza?
O meu coração estava apertado, e bateu forte ao ouvir tudo isso. Era impossível dizer que eu também não sentia falta dele. Eu acabei cedendo. Era o nosso lugar, e estávamos juntos, como ele me prometeu desde o inicio.
 - Volta comigo? - Ele estava ajoelhado e tinha nossa aliança em mãos.
Eu lhe dei um beijo como símbolo de que ele me teria para sempre.





Pauta para 55ª edição conto/história, 57ª Edição Musical e 57ª Edição Visual do Bloínques. 

Um comentário:

Any disse...

aah, ameei mto fuve *-*
vontade de ser eu no lugar dela .-.