- Sobe aí Luiza, eu vou te levar para casa.
Vi aquele rosto macio e branco, seus olhos verdes que sempre me enfeitiçaram. Era impossível dizer não. Ainda mais em minhas condições. Eu subi na caminhonete preta, sem hesitar e sem dizer nada.
- Você esta horrível. - Ele ria.
Eu ri também. Nós conversamos pouco.
- Você vai assim para casa? Seus pais vão te dar uma palestra. Não quer que eu te pague um hotel, e você diz que dormiu na casa de uma amiga?
O jeito doce que ele tem comigo, me acordou daquele transe, em um de repente. E eu já havia me esquecido o porque havíamos terminado
- Não Lucas, não precisa disso. Eu estou em perfeitas condições.
E foi assim que a briga começou. Ele se preocupa demais comigo. Era esse o motivo do fim.
- Eu não devia ter te ligado. Maldição. - Quase não acreditei que disse isso em voz alta. - Podia voltar sozinha para casa. Eu não preciso de você.
- É, como você já disse, foram três anos desperdiçados. E se você não precisa de mim, pode ir para casa sozinha, saía já desse carro.
Ele abriu a porta para mim, e quase me empurrou de lá. Eu sai do carro, e fui andando, em nem sei qual direção. O tempo estava ruim. Acho que estava chovendo, ou eram minhas lágrimas. O sono foi chegando sobre mim. Encontrei um parque quase abandonado, e por ali fiquei. Deitei em baixo de algumas arvores, e para falar a verdade, não estava nem ligando. E foi assim que eu acordei. Com uma calça jeans amarrotada, uma blusa básica, e um sobretudo que já foi branco, mas que estava quase marrom, sapatos de salto quebrados, ao meu lado, maquilagem toda borrada, e com folhas por todos os lados. Comecei a andar por aquele local, e por incrível que parecesse eu o reconhecia. Flash's de memórias antigas, invadiram minha mente. Foi naquele lugar, que alguns anos atrás, nós nos conhecemos. Aquele parque, aquela ponte, e até o clima de chuva... Como eu não pude perceber? Levantei, meio tonta, e fui em frente a procura de algo. Tudo que eu encontrei foram lembranças. Onde demos nosso primeiro oi, nosso primeiro beijo... Mas estava tudo tão diferente, tão estranho. Acho que era porque eu estava sozinha. Sempre que vim aqui, estive com ele. "Quando eu não estou com você, é como se eu não estivesse comigo." Pensei. Você fez uma falta doída agora. Eu estava desnorteada, e sem pra onde ir, e tudo que eu tinha era motivos para me lembrar do que eu menos queria. De repente, um sussurro pairou sobre minha orelha: "Eu sabia que você estaria aqui." Achei que fosse coisa da minha mente, mas ele estava lá.
- Seu inconsciente te levou para o lugar que mas te faz bem.
Eu não sabia o que fazer. Eu estava horrível, meu coração precisava dele, mas meu orgulho queria impedir isso.
- Isso não me faz bem. - Tentei evitar qualquer olhar para ele.
Ele segurou em minha bochecha:
- Quer dizer, que se lembrar de mim, é ruim, Luiza?

- Você se lembra, que foi aqui nessa ponte que eu te pedi em namoro? Eu me sinto péssimo desde quando terminamos. Quando você me ligou ontem, uma chama de esperança acendeu em mim. Mas como sempre, nós brigamos. Eu sinto sua falta. Eu quero ter você de volta. Me perdoa, Luiza?
O meu coração estava apertado, e bateu forte ao ouvir tudo isso. Era impossível dizer que eu também não sentia falta dele. Eu acabei cedendo. Era o nosso lugar, e estávamos juntos, como ele me prometeu desde o inicio.
- Volta comigo? - Ele estava ajoelhado e tinha nossa aliança em mãos.
Eu lhe dei um beijo como símbolo de que ele me teria para sempre.
Pauta para 55ª edição conto/história, 57ª Edição Musical e 57ª Edição Visual do Bloínques.
Um comentário:
aah, ameei mto fuve *-*
vontade de ser eu no lugar dela .-.
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