segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

3ª do singular.

Ela já se cansou de escrever milhares de textos de amor. É, ela acha que passou dos limites. Lembra daquela linha, que você dizia para ela nunca cruzar? Hoje, ela diz que a cruzou, sem querer. E hoje mesmo, ela se decidiu por não escrever mais textos de amor, e em vez disso, ela vai lhe falar. Imagine só?! Ela vai te falar tudo, que nem em sonhos você imaginou. Cada palavra que ela deixar de escrever, devido a uma linha imaginária que a impede, ela vai falar. Quem dera ela pudesse gritar. Mas assim ela também estaria cruzando outra linha imaginária. Malditos limites. Porque você os impôs? Mas agora, ela já não aguenta, se remoer, sem nem poder escrever desses sentimentos. Essas borboletas que ela sente no estômago, os sonhos que ela tem na noite, os sussurros nunca ditos, mas por ela, sempre ouvidos. E ela lhe culpa sabia? Lhe culpa por ter feito sentir tudo isso. Você disse que poderiam se amar, você disse que a levaria a sério. Mas onde está você? Você sumiu, e só aparece por sonhos. Ela já não aguenta. Ela quer te ter, te ver, de verdade sabe?! O imaterial não tem sido suficiente. Ela quer lhe falar, do maldito sentimento que atormenta nas noites mais lindas, não a deixando dormir, e a fazendo pensar em como seria se vocês estivessem juntos. Ela quer te ligar, ao menos para dizer que vocês precisam sair, como amigos. Ela sente falta da tua voz. Ela fica fazendo planos com um você imaginário. Você, normalmente faz uma surpresa à ela. Age como se não quisesse e não fosse vê-la, e no fim, você chega e diz, bem baixinho, no ouvido dela, que a ama, e que sentiu falta dela. Então vocês dão um abraço, bem demorado. Bem igual ao ultimo abraço que você deu nela. E você a segura, e dá um rodopio com ela. Então ela fica sem saber o que fazer, afinal, já se passou bastante tempo. E é aí que tudo acontece. Você a beija. Mas não simplesmente um beijo. Você passa a sua mão na franja dela, do jeito que sabe que vai deixá-la tímida, e coloca a franja atrás da orelha. Ela cora de vergonha. Você segura no pescoço dela com a mão que mexeu no cabelo, e a outra, desliza suavemente pela bochecha. Você chega seu rosto bem perto do dela. Ela já não aguenta mais esperar, e mesmo assim espera delicada e pacientemente. Ela sabe que vale cada segundo. Então você toca seus lábios de leve nos lábios dela. Agora ela já não é tão tímida, e não acha suficiente apenas esse encontro dos lábios. Ela quer mais, e você sabe. E é agora, que ela cai na realidade. Você não está aqui, e tudo que ela tem em mãos é um travesseiro. Quanta futilidade. É isso que ela chama de passar dos limites. Ela acha, que assim como ela passou dos limites, escrevendo textos, e imaginando besteiras, você também cruzou linhas erradas. A deixou tanto tempo sem sua proteção, e a fez pensar nisso tudo. Mas você fez muito pior, você cruzou uma péssima linha. Você entrou no coração dela e a fez criar textos de amor, que tão cansáveis, ela prometeu para si mesma que não faria mais. Mas ela já se enganou. Ela criou um texto, por não conseguir mais segurar em pensamentos e nunca lhe encontrar. Ela jura que tentou te ligar, mas não conseguiu. Então ela decaiu e começou a escrever, mesmo que sem mostrar para ninguém, e mesmo que não falasse claramente dela.

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