quinta-feira, 12 de agosto de 2010
John&Jenny - Parte II
E mais uma vez, lá estava eu, com meu blusão azul e uma calça jeans, velhas havaianas nos pés e o cabelo nem tão arrumado. Sentada a espera de que você tivesse um encontro hoje. Pelas minhas contas, você deveria estar por ali, quinta-feira lá pelas quatro horas, ou seja, agora. Procurei você por todos os lados e não havia ninguém ali, além de mim. Agora era eu quem estava apreensiva segurando o teu amuleto. Foi quando você se sentou ao meu lado e colocou sobre meu colo uma flor e disse:
- Foi roubada do jardim. - E deu um sorriso encantador.
Eu sorri de volta, tirei o amuleto das minhas mãos e o entreguei pra você, perguntando:
- Por que uma clave de sol?
- A primeira vez que a vi, você estava tocando violão por aqui. Isso explica também, porque sempre essa praça.
Tenho certeza que me corei de vergonha e tive que imediatamente mudar de assunto:
- A tua acompanhante não veio hoje?
- Você sabe muito bem que minha acompanhante em todas as vezes era você.
Você estava me deixando constrangida, mas eu não podia deixar aquele encontro simplesmente passar.
" E porque as outras garotas então?!" - Pensei.
- As outras garotas eram desculpas, porque eu nunca teria coragem para te chamar pra sair.
- Ah, isso é bobagem. Você bem sabe que eu sempre te admirei de forma diferente.
Foi quando alguém além da gente, apareceu por ali sem que eu percebesse. Mas você percebeu e como se tivesse surgido um imprevisto, você levantou meio apavorado e disse que tinha que ir. Deu me um leve beijo na bochecha, macio, suave, delicioso, e me deixou esperando por algo mais quando disse, olhando na direção em que havia uma garota de short claro e blusinha de alça rosa, que tinha que ir. Você foi ao encontro dela, esquecendo-se totalmente da sua acompanhante. Fiquei ali, parada, esperando que você voltasse e se lembrasse. Mas você foi, firme e confiante, dessa vez, sem flor alguma pra ela, e de novo, sem o amuleto. Eu, assisti de longe a cena de vocês se conhecendo. E é essa a forma diferente que eu admiro em você, o teu jeito desprezível.
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